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Um Exemplo Prático do Jornalismo do Futuro – The Huffington Post

“Num jornal, o ciclo de notícia termina quando ela é publicada. Para nós, é aí que o ciclo começa” – Jay Stingh, Editor-Executivo do “The Huffington Post”.


Muito se fala sobre o futuro do jornalismo, mas a verdade dos fatos é que a maioria das discussões fica na especulação e na teoria, enquanto poucos têm real experiência prática para falar no tema. Eu não acredito que a essência do jornalismo vai mudar, mas as novas tecnologias e mídias, bem como as novas gerações, vão provocar mudanças profundas no que entendemos de jornalismo nos dias atuais.

Na minha visão, o melhor exemplo que temos atualmente a respeito do que pode ser o jornalismo do futuro é o “The Huffington Post“. Chamado carinhosamente de “HuffPo”, este jornal online já ultrapassou alguns gigantes nos EUA e, hoje, está atrás apenas do “New York Times”. O modelo criado pelo “HuffPo” é bem diferente do tradicional. O “velho New York Times” tem aproximadamente 1 mil jornalistas, enquanto que o “The Huffington Post” opera com apenas 70 jornalistas, a grande maioria jovens com muita liberdade para ousar e criar.

O “The Huffginton Post” foi fundado em maio de 2005, centrando sua estratégia no jornalismo online e interativo, onde o debate está no centro de tudo. Aliás, o editor-executivo do jornal, Jay Stingh, sempre cita uma frase que acho emblemática e que coloquei no início deste post: “Num jornal, o ciclo da notícia termina quando ela é publicada. Para nós, é aí que ela começa”.

O “The Hunffginton Post” conta com a participação de 6 mil blogueiros, que escrevem de graça, postando notícias com agilidade, criatividade e muita interatividade. Os resultados mostram dezenas de milhões de visitantes únicos por mês. Segundo a comScore, empresa que monitora audiência online, o “HuffPo” obteve quase 24 milhões de visitantes únicos no mês de julho de 2010.


Por trás deste projeto está uma mulher chamada Arianna Stassinopoulos Huffginton. Foi ela quem criou o conceito e comanda o jornal desde a sua fundação. Ela já escreveu vários livros, algumas biografias, mas a sua maior paixão foram as colunas sociais nos jornais e os blogs, que acabaram sendo a fonte de inspiração para a criação do “HuffPo”. A grande sacada dela foi descobrir que agregar conteúdo de diversas origens daria mais certo do que montar uma grande redação. Isso permitiu uma edição mais alinhada com que os leitores online querem. Mas não imagine um ambiente caótico e desordenado. Artistas, políticos, pensadores, cientistas, acadêmicos, economistas e até pessoas comuns fazem parte do grupo de milhares de blogueiros que alimentam o “HuffPo”. Esses blogueiros são acionados pelos editores do jornal, muitas vezes para falar sobre um tema específico. Esse cenário provoca uma variedade extraordinária de opiniões, com diversos pontos de vista, linguagem e abordagens diferentes. Essa pluralidade é um dos segredos do sucesso do jornal. E por trás deste ambiente interativo, existe a figura dos moderadores, que conseguem interagir com todo o ecossistema de colaboradores, colocando ordem na produção do conteúdo.

Imagine este mesmo conceito de jornalismo interativo e colaborativo dentro das empresas, que ainda fazem comunicação interna no estilo “eu falo e você escuta”. Temos aí uma fonte de inspiração para as áreas de comunicação das empresas.

Acesse o Huffington Post AQUI para conhecer um pouco do que pode ser o jornal do futuro. Escarafuncha mesmo. Você vai descobrir coisas interessantes. E veja alguns números que mostram que o projeto é de gente grande.

Fundação: 9 de maio de 2005 Investimento inicial: U$ 4 Milhões Investimento total em 5 anos: U$ 37 Milhões Acessos: 23,8 milhões de usuários únicos em julho (dado da comScore) Blogueiros: 6 mil Jornalistas: 70 Funcionários: 178 Faturamente previsto para 2010: U$ 30 Milhões

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