Tudo começou ano passado, quando meu filho me apresentou o Casey Neitast, um dos maiores fenômenos do YouTube em 2015. Ele me mostrou um vídeo dele e nunca mais deixei de acompanhá-lo. Casey é realmente um caso único, ele publica um vídeo por dia desde o início, sempre de alta qualidade. Hoje, tem quase quatro milhões de seguidores e cresce a uma taxa de 10 mil novos seguidores por dia!!! Sim!!! 10 mil novos assinantes de seu canal por dia!
Desde então passei a assistir esporadicamente alguns outros YouTubers. Conheci a Jout Jout, magnetismo puro, o Louis Colen e o maravilhoso canal Post Modern Jukebox. Assim atravessei os primeiros meses de 2016… mas algo começou a acontecer a partir de maio.
Em meados de maio, eu recebi um convite para um Festival de YouTubers patrocinado pela Coca-Cola e Vevo. Ôpa, se tem Coca-Cola e Vevo então deve ser coisa boa. Era um convite individual e falava em seis nomes que eu não tinha ideia de quem eram: Sofia Oliveira, Tauz, Gabi Luthai, Mariana Nolasco, Mussoumano e um tal de Whindersson Nunes.
Como posso ser convidado para um festival e não conhecer nenhuma das estrelas? Isso era inadmissível. E lá fui eu atrás do Whindersson Nunes. Entrei no YouTube para conhecê-lo. Digitei seu nome na linha do Google e apareceram milhões de entradas. Loucura !! Assisti ao vídeo de boas vindas dele e a primeira impressão não foi legal. Mas aí eu assisti mais um vídeo, o segundo, o terceiro… e me juntei ao país que segue o Whindersson. Quando entrei para vê-lo, ele tinha 8.798.341 seguidores, e segundos depois ele já tinha 8.798.342: era eu! Hoje, pouco tempo depois, ele tem quase 11 milhões de seguidores. O país segue Whindersson.
Em junho, o avião pousa em Sampa para uma semana de trabalho e eu me deparo com todos os relógios nas ruas da cidade veiculando publicidade de YouTubers. A querida Jout Jout, que tanto sigo e admiro, estava lá, olhando para mim em cada esquina. Aquilo não era algo comum. Publicidade é para artistas de TV, não para YouTubers. Olha o preconceito me dominando!
Veio o final de semana, ainda em São Paulo, e decido passear na feira de antiguidades da praça Benedito Calixto. Surpreendentemente eu avisto numa das barracas a Jout Jout com o seu Caio. Eu e minha esposa ficamos entusiasmados e fomos lá namorar a Jou Jout e o Caio, que nos receberam quase como membros honorários de sua família. Ficamos encantados!!! Aliás, até agora estamos encantados ainda com aquele singelo encontro. Vivemos a sensação de termos encontrado amigos de longa data. Tiramos fotos e pajeamos a Jout Jou como não faríamos com qualquer artista da Globo.
Ainda em junho (junho foi um mês fértil!!!) leio que vários YouTubers foram convidados para a Bienal do Livro 2016 em São Paulo, que vai rolar de 26 de agosto a 4 de setembro. Explorando a notícia lida, descubro que YouTubers estão se tornando autores de livros e obtendo sucesso, tornando-se verdadeiros influenciadores muito além dos vídeos que produzem. Por outro lado, autoras juvenis como Thalita Rebouças e Paula Pimenta, que já são conhecidas por seus livros impressos, também estão explodindo com seus textos em blogs e redes sociais. Está tudo se misturando!
Em determinado momento, me falaram que eu precisava conhecer a Thaynara OG no Snapchat. Me disseram que ela tem mais de um milhão de seguidores no aplicativo, publicando fotos e vídeos, todos os dias, que desaparecem em 24 horas. E lá fui eu buscar a Thaynara OG. Li numa matéria em jornal que ela tem cerca de 400 mil visualizações diariamente no Snapchat. Como posso ter vivido a minha vida toda sem conhecer a Thaynara OG? Agora me juntei à tribo da Thaynara OG. Não sei bem o motivo, mas não dá para entrar no Snapchat sem saber o que ela está fazendo. Ahhh, e ela também tem mais de um milhão de seguidores no Instagram.
Início de julho, ao abrir uma revista qualquer, me deparo com um anúncio de página inteira falando do lançamento do ano: o álbum de figurinhas Capricho YouTubers, os 17 nomes que estão bombando nas redes agora em figurinhas para nós colecionarmos. O primeiro álbum com tecnologia “mobile view“. Uau!! Vou ter acesso a fotos exclusivas e vídeos inéditos dos nossos ídolos no celular!
Final de julho, a Snack publicou um ranking dos Top 10 YouTubers do mundo. Nessa super lista aparecem quatro YouTubers brasileiros. E lá está o Whindersson Nunes de novo, em segundo lugar. Em seguida, surge o Felipe Neto na terceira posição. A pesquisa, realizada em junho, não é um ranking montado apenas com base no número absoluto de inscritos no canal, mas considera poder de influência, métricas de engajamento (comentários, likes e compartilhamentos), visualizações, frequência de publicação, atividade do canal e outros pontos. Ou seja, estamos falando de campeões de influência e engajamento no mundo digital.
Nelson Botega, sócio e fundador da Snack afirmou: “Ter dois dos três YouTubers mais influentes no mundo só mostra a força e o tamanho do mercado de vídeo online no país. Uma marca que queira atingir o coração da audiência não pode estar fora desse universo”. Ele está super certo. Não dá para ficar indiferente ao que está acontecendo. Esse não é um fenômeno efêmero. Tem uma mudança enorme acontecendo e precisamos entender o que é isso.
Atualmente o YouTube tem mais de um bilhão de usuários. Centenas de milhões de horas de vídeos são visualizadas a cada dia. O crescimento no tempo de visualização no YouTube tem acelerado e crescido a uma taxa de 50% ou mais nos últimos três anos, enquanto o número de pessoas assistindo à rede social tem aumentado em 40% y/y desde março de 2014. Essas são estatísticas providas pelo próprio YouTube e que mostram a força do meio.
Para a grande maioria das pessoas, criar um canal no YouTube ainda é uma atividade informal e despida de grandes expectativas. Você automaticamente se transforma num YouTuber ao publicar conteúdo regularmente em seu canal, mas alcançar sucesso de audiência exige muito mais do que sorte. Muitos olham os YouTubers famosos de forma negligente, mas esse é um viés equivocado de olhar o que está ocorrendo. Muitos dos Top YouTubers são talentosos, criativos, ousados, excepcionais comunicadores e produzem conteúdo de valor. Você pode até não gostar do estilo de alguns deles, ironizar o valor do conteúdo produzido, mas esteja certo de que eles não estão alcançando o sucesso de forma casual. Isso pode ter acontecido no início da decolagem de alguns canais, mas depois o sucesso veio através de muito esforço, ralação, seriedade, ousadia e passos muito bem planejados.
Por fim, lendo uma matéria na Exame Online, descobri que o Whinderson Nunes tem uma receita anual de até U$ 2,9 milhões. Fiquei motivado. Descobri que nasci para ser YouTuber. Olhando os números no dia em que escrevo esse post, eu já tenho o meu canal com 1.315 inscritos.
Whindersson, prepare-se, tô chegando !