No balcão da Gol, agora, sábado, vôo das 6h40 para o Rio, no checkin.
A atendente vira-se pra mim e fala: "o senhor não tem reserva". Eu aceno que sim e passo o número da reserva para ela. A moça procura no computador. Ela responde "segundo o sistema, a reserva caiu".
Faço uma cara de interrogação e digo que este é o meu vôo de volta para o Rio. Ela responde: "a reserva caiu porque o senhor não usou a perna de ida".
Incrédulo, eu exclamo: "Mas eu estou aqui e garanto para você que viajei do Rio para cá". Ela pede o ticket da vinda, que recebi no vôo anterior e eu entrego para ela. Ainda bem que eu ainda tinha ele comigo. A atendente, gentil, olha o ticket e fala: "Rafael Seabra, o senhor é Rafael Seabra". Ela me mostra o papel e está lá: Rafael Seabra. Olhei para ela e a moça, ainda simpática, solta uma frase emblemática: "O senhor tem certeza de que não é Rafael Seabra?"
Eu sorrio, com a paciência de quem acordou às 5h da manhã, e respondo seguro: "Pelo que sei até agora, eu sou Mauro Segura. Tem um monte de nomes no meio, mas não tem Rafael, e muito menos Seabra".
O diálogo seguiu num tom interrogatório. Ela não entendia como eu embarquei com outro nome, como eu passei por todos os acessos e como cheguei em São Paulo como Rafael Seabra. Nem eu
Ela disse que não existia um procedimento para tratar estes casos, mas entendia a situação e que ia me ajudar. Ela deixou o balcão e voltou 20 minutos depois, feliz, dizendo que resolveu o problema.
Consegui embarcar no vôo seguinte e cá estou eu dentro do avião, ainda parado na pista, compartilhando essa história.