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Escolhas Difíceis e Propósito de Vida: Quando o Universo Nos Testa


Homem no alto do Monte Roraima, contemplando a natureza e a vista exuberante, simbolizando conquista e superação
No alto do Monte Roraima, perto de Deus - Set/2023 - foto de Mauro Segura


Esse artigo foi escrito dias atrás e somente agora ele está sendo publicado no blog. Mantenho-o no conteúdo original, escrito em caneta e papel dentro de um avião, em um voo de Goiânia para o Rio.


Escolhas Difíceis e o Propósito de Vida: Como Decidir com Clareza


Ontem eu tive que enfrentar uma das escolhas difíceis da minha vida, refletindo sobre meu propósito de vida.


Passei alguns dias elaborando e organizando meus pensamentos, na tentativa de racionalizar e colocar ordem nas coisas. No entanto, respeitando o meu atual conceito de vida, mantive uma dose conveniente de emoções e sentimentos, para não ser radicalmente frio em minha análise e decisão.


O jogo parecia simples e complexo.



O que uma oportunidade profissional me ensinou


Eu não estava procurando, mas surgiu uma oportunidade de projeto profissional que me pareceu muito interessante e realmente mexeu comigo. O trabalho oferecido me ocuparia por quase um ano, com muitas novidades, aprendizados e protagonismo, tudo temperado com adrenalina.


Tal convite profissional despertou o “Mauro do passado”, que estava em algum canto dentro de mim, convenientemente quieto e adormecido. O simples exercício de me imaginar na rotina da agenda de um projeto inovador me causou um entusiasmo juvenil.


Isso me fez pensar: O que será que está acontecendo comigo? O que isso realmente me despertou?



Homem sentado na pedra, diante do mar, em meditação profunda, refletindo sobre a via e seu futuro
Eu comigo mesmo, sozinho, em Florianópolis - Set/2020 - Foto de Mauro Segura

Autoconhecimento e propósito de vida


A reboque de tais devaneios, veio a clareza de que esta seria uma agenda com numerosos compromissos, horários apertados, responsabilidades, excessos e ansiedade. Eu me conheço e sei me ler muito bem.


Na sequência surgiram perguntas inevitáveis:


  • Quais serão os meus reais ganhos pessoais ao entrar nesse projeto?

  • Por que o projeto me provoca tanto entusiasmo?

  • Este trabalho está conectado ao meu propósito de vida?

  • Ele está alinhado ao que eu quero diante dos objetivos, sonhos e anseios que determinei para mim nos últimos anos?

  • Ele vai trazer a real prosperidade que estou buscando e somar ao meu ideal de vida?


Ao longo de toda minha vida eu me joguei em oportunidades que apareceram diante de mim. Muitos destas oportunidades não foram desejadas e muito menos planejadas, simplesmente surgiram e eu fui em frente com o espírito de aprendiz, até aventureiro, sob o conceito de construir algo novo para minha vida.


Eu não tinha clareza e consciência plena do que eu buscava e queria para minha existência, mas abraçava as oportunidades.


Nas minhas decisões eu misturava racionalidade com um pouco de intuição, além de uma sutil necessidade de provocar mudanças para minha evolução, especialmente profissional.


Eu sou acomodado por natureza. Se depender de mim eu prefiro o conforto, eu prefiro a segurança, eu me conheço. Portanto, provocar mudanças, é algo que está sempre no meu radar, por mais que me provoque desconforto.


No curso de minha vida, a minha dimensão profissional sempre foi muito importante, norteando decisões que, muitas vezes, provocaram impactos pessoais, atingindo minha família e pessoas que amo. Não vejo isso como algo bacana e me lamento que eu não tenha sido mais equilibrado e justo em minhas decisões. Mas isso pode ser tema para outro artigo porque é algo que só consegui analisar, com mais clareza e lucidez, recentemente.



A Minha Prioridade da Vida Mudou


Nos últimos anos eu dei um “cavalo de pau” na forma como vejo a vida.

Agora a prioridade é a minha dimensão pessoal, a minha alma, o meu eu interior, o verdadeiro ser que me habita.


Tenho passado este tempo recente me descobrindo. E, ao fazer isso, parece que o mundo inteiro mudou. Ao olhar para dentro, eu passei a olhar para fora de forma diferente, e isso fez tudo que me cerca ganhar novas tinturas e nuances.


Apresentei muitas dessas reflexões, sobre minha jornada de ressignificação, em muitos artigos no meu blog.



Livro Caibalion - A Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia
Livro Caibalion - A Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia - Foto de Mauro Segura


Como o Caibalion e a Filosofia Hermética me guiaram


O Caibalion reúne os Estudos da Filosofia Hermética e se compõe, basicamente, de 7 Princípios, também chamados de Leis Universais da Vida. Recomendo muito a leitura. Já li esse livro várias vezes e recomendo as 15 aulas disponíveis no Youtube.


O Primeiro Princípio, que me parece o mais importante e fundamenta todos os seguintes, é o Princípio do Mentalismo. Essa lei do Caibalion afirma que “o mundo real não existe. O universo é mental”.


O mundo é o que eu imagino e crio dentro da minha mente. Cada um de nós vive em um mundo diferente. Cada um de nós tem o seu próprio mundo na cabeça.


Escolhas são renúncias: a coragem de dizer não


Levando este conceito ao extremo, significa dizer que temos total controle e domínio do mundo que criamos para nós mesmos, simplesmente porque todo o universo está dentro de nossa mente.


Tal pensamento, me provocou a necessidade de viajar profundamente dentro de mim, em um exercício de auto-observação (às vezes doloroso), autoconhecimento, repleto de descobertas contínuas e surpreendentes. E aí eu aprendi algo.


Lá no fundo, de verdade mesmo, nós não conhecemos. Quando temos a capacidade de nos observar desprovidos de todos os vieses, preconceitos e crenças, quase sempre descobrimos que não nos conhecemos de verdade. Somos estranhos para nós mesmos.



Dois lobos, um de frente para outro, um raivoso e outro com medo
Os lobos dentro de mim - Montagem de Mauro Segura

Ouvir os lobos internos e encontrar a clareza


O olhar interior me transformou em um ser humano maior e mais potente do que sempre fui e me imaginei.


Me descobri mais generoso, mais compassivo, doce e minimalista. Isso me gerou entusiasmo porque fez nascer uma nova vida dentro de mim, uma vida diferente do que eu já tinha vivido até então, com novas possibilidades, potenciais, talentos, reconfigurando internamente o conceito que eu tinha até então do que era vida.


Na minha cabeça, em avancei de fase no jogo da vida, sem chance de meia-volta. Eu criei internamente a imagem de portais. Quando atravessados, é impossível retornar.




Conclusão: A leveza de escolher com consciência


Eu passei os últimos dias pensando nisso tudo e tentando avaliar essa nova oportunidade profissional, não procurada e não planejada, dentro desse contexto.


E, conforme eu ia encaixando as coisas, tudo começava a ficar mais claro, com as decisões se materializando naturalmente dentro de mim.


Escolhas são renúncias.

Escolhas exige coragem

Escolhas, quase sempre, implicam em desapego


Escolhas, muitas vezes, não representam mudanças. Neste caso, escolhas significam manter o caminho e não entrar na bifurcação que o universo, algumas vezes, astutamente, coloca na minha frente.


Muitas vezes, a escolha significa optar por me manter fiel à rota que tracei para minha vida, resultado da consciência e coerência com o que penso, desejo e atuo para construção do meu legado.


Com tudo isso em mente, a escolha me pareceu cristalina!


Ao declinar do projeto profissional que citei no início do artigo, reconheço que renunciei a uma excepcional oportunidade de trabalho. Mas essa oportunidade não seria boa para o “Mauro do presente”.


O “Mauro do passado” fica perturbado, não aceita, mas ele tem pouca voz na atualidade.


Os lobos que me habitam, continuam se debatendo dentro de mim. Já falei sobre os meus lobos por várias vezes no blog. Recomendo os artigos "Os Lobos Dentro de Mim" e "O Dilema dos Dois Lobos Dentro de Mim".


A maturidade é maravilhosa porque me dá poder e clareza de ponderar e ouvir ativamente todas as discussões e ruídos existentes dentro da minha mente – os tais lobos.


Ficar em silêncio, apenas ouvindo, é muito bom. Somente depois de um tempo, quando as conversas internas se aquietam, é que me sinto apto para fazer as escolhas de forma leve e consciente.


Me manter fiel e coerente ao meu plano de vida é tudo que eu quero e preciso para me sentir feliz e ter uma vida com mais propósito e satisfação pessoal. Isso é o certo a se fazer.


Com essa clareza e lucidez, que me trazem paz e tranquilidade, as escolhas difíceis se tornam mais leves quando alinhadas ao meu propósito de vida.


Que seja sempre assim!


Homem sentado em um banco no alto da montanha com céu azul e em meditação profunda
Tempo para me ouvir, refletir e tomar decisões de vida - No alto da Serra da Luminosa/MG - Junho/2024 - foto de Mauro Segura

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