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A taxista

Este é um caso real e aconteceu comigo nesta terça-feira.


Pousei no aeroporto de Congonhas, pela manhã, entrei na fila do táxi e peguei um carro.


Dia: 28/09/2010

Horário: 7h36 da manhã

Local: São Paulo

Taxista: Mulher, jovem, aparentando um pouco mais de 20 anos


Entrei no carro, sentei no banco de trás, falei o destino e partimos. A taxista, jovem, bonita e bem arrumada, saiu do aeroporto no seu Corsa e entrou na avenida engarrafada. A primeira coisa que fez foi colocar um fone de ouvido e conectá-lo ao celular. Fez uma ligação.


- Oi, Filho. Já acordou? Tomou seu café?


Silêncio de 15 segundos.


– Tá bom. Já tá pronto pra sair pra escola? Tem que sair bem arrumado, hein? Dá a mão pro vovô. Não solta a mão dele, não.


Silêncio de 15 segundos.


– Eu sei, eu sei, mas não solta a mão dele. Não corre. Pede dinheiro a ele pra você ir depois da aula na lan-house. Mas é pra ficar no máximo 1 hora, tá? É pra fazer o trabalho da escola, não é para você ficar no joguinho.


Silêncio de 30 segundos


– Lembra do que eu falei ontem? Não fica com o MP3 alto no ouvido. Vai fazer mal pra você.


Ela desligou o celular. Tirou os fones pretos do ouvido e colocou os fones brancos. Ligou o MP3 player e começou a ouvir música. Estava tão alto que eu conseguia ouvir do banco de trás. Ela passou todo o resto da viagem, sem intervalo, cantando em voz alta o que ouvia nos fones. E todas as músicas eram em inglês.


Ao chegar no destino, ela finalmente tirou os fones do ouvido. Agradeci dizendo:


– Sabe de uma coisa? Você canta muito bem.


Tire as conclusões que desejar, mas o mundo está mudado.

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