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3 Perguntas Fundamentais para quem entrou na segunda metade de vida



Hoje, dia 15 de julho de 2024, completo 64 anos de idade. Me lembrei da música “When I’m Sixty Four” dos Beatles.


Tem um determinado momento que a música diz: ‘Eu posso ser útil, consertando um fusível quando suas luzes apagarem. Você poderia me tricotar um suéter perto da lareira. Nas manhãs de domingo iremos dar uma volta, cuidando do jardim, removendo ervas daninhas. Quem poderia pedir por mais?


Apesar da música me soar engraçada, desatualizada e completamente desconectada do meu estado de espírito atual, ela é uma alegoria do meu momento etário: estou em plena segunda metade de vida.


Pensar na minha vida sob a perspectiva do tempo, muda tudo!

Imaginando, de forma otimista, que vou viver uma vida de 100 anos, a minha segunda metade de vida já começou há mais de uma década e está correndo solta! Porém, eu já tomei algumas decisões a respeito.

A SEGUNDA METADE DE VIDA: FINITUDE E PROPÓSITO


Você fez 50 anos e agora?


50 anos é uma idade emblemática. Podemos passar pelos 50 como um aniversário qualquer, ou aproveitar o momento para uma profunda reflexão e um repensar transformador sobre como desejamos viver a segunda metade de vida.


Confesso, eu passei pelos 50 como um aniversário qualquer, apesar da Regina ter preparado uma festança inesquecível naquele 15 de julho de 2010.


No entanto, aos 60 anos de idade, em 2020, alcançando o fundo do poço (já contado e recontado no meu blog), eu levantei voo, tal qual uma fênix, para iniciar uma vigorosa ressignificação de vida. Muitas perguntas surgiram diante de mim.


Perguntas, muitas vezes, não geram respostas, pelo contrário, provocam mais perguntas, paralelas às primeiras, disparam questões existenciais, aumentam a complexidade da trama dentro da mente, mas também lançam faíscas de luz no mundo sombrio das inseguranças e incertezas.

Fazendo este exercício hoje, eu sou capaz de concentrar as centenas de perguntas que vivi no meu “repensar da segunda metade de vida” em 3 perguntas fundamentais. São fundamentais porque cada uma destas questões desencadeia muitas outras, que são direcionadoras da existência e do “jeito” como a pessoa encara a sua vida e o mundo ao seu redor, e como deseja viver o pós-50.


O “fazer 50 anos de idade” é uma representação do despertar da finitude e do sentido de vida, ou seja, é uma simbologia.

Quando somos jovens, a FINITUDE do viver parece ser algo distante e pouco importante. Nessa fase, nos sentimos imortais. Porém, com o passar do tempo, a idade vai ganhando novas nuances e leituras dentro de nós. Tem um momento que despertamos para a nossa própria finitude e velhice, e nunca mais seremos indiferentes a isso.


Em certo instante, diante do espelho, inesperadamente, não nos reconhecemos, constatamos que não somos mais os mesmos e o futuro mudou de cor. Isso pode acontecer aos 50, aos 60 anos de idade… sei lá, tem gente que sente isso mais cedo… e tem gente que passa batido e só vai sentir isso bem mais tarde.


Outra questão que bate forte diz respeito ao PROPÓSITO e SENTIDO DA VIDA. A nossa mente entra em um estado filosófico, questionando a vida que levamos, o significado do que fazemos e ocorre o inevitável: o pragmatismo da vida se choca com a mente pensativa.


Essa gangorra de sentimentos gera dentro de nós uma semente de inquietude, que tende a germinar com o tempo. Surgem questões existenciais profundas: desejo continuar vivendo a vida que tenho hoje? O que realmente vale a pena na vida? Qual é a minha maior motivação para viver? Qual é o futuro que desejo para minha vida? Posso mudar a direção da minha existência?


Enfim, se você fez 50 anos de idade, ou sente que dentro de você está ocorrendo um “despertar sobre a segunda metade de vida”, aqui vão 3 perguntas fundamentais para ajudá-lo(a) na organização das ideias… ou embaralhar ainda mais.


 

QUESTÃO 1: Ao fazer 50 anos, você acha que o melhor ainda está por vir ou o melhor de sua vida já foi vivido?


Muitas pessoas entram nos 50 olhando para trás, outras olhando para frente. Algumas entram se lamentando e com sentimento de perda. Outras entram vibrando com a maturidade adquirida e com sentimento de gratidão.


Tradicionalmente incorporamos a imagem do passar da idade à perda de vigor físico e mental, aceitando que o melhor já passou. Porém, nem todos são assim.


A questão 1 está relacionada a AUTOMOTIVAÇÃO: o quanto você está motivado(a) pelo que está por vir?


Perguntas paralelas à questão 1:

• Qual é o seu estado de espírito para o pós-50?

• Acredita que, com mais de 50 anos, a sua saúde poderá ser melhor do que a primeira metade da vida?

• Acredita que o passar da idade vai permitir você alcançar um maior equilíbrio nas dimensões física, mental e espiritual? O quanto você está realmente disposto a fazer para alcançar isso? Ou você acha que depois dos 50 anos é só ladeira abaixo?

• Na sua segunda metade de vida você vai se permitir sonhar mais? Vai se abrir para sonhos mais profundos e ousados? Ou está certo de que o melhor da sua vida já passou?

• Você quer fazer novos amigos, alguns bem diferentes de você, ou o melhor é manter as amizades já construídas e aprofundá-las ainda mais? Ou perguntando diferente: quer buscar novas rodinhas ou ficar nas mesmas rodinhas?

• Você se enxerga no futuro ficando cada vez mais na sua e curtindo uma vida mais solitária ou partindo para novas possibilidades, amizades e realizações?


 

QUESTÃO 2 – Você acredita que existem talentos e habilidades em você que ainda são desconhecidos, ou que estejam adormecidos, ou acha que, com 50 anos, você já explorou quase tudo que poderia explorar e aprender em sua vida?


Na maior parte do tempo da nossa existência nós vivemos em um casulo, ou falando de outra forma, nós vivemos o que o “destino” nos entrega, aceitando a “vida como ela é”, na “estrada da vida”, nos limitando e nos moldando dentro dos valores e expectativas que a sociedade nos impõe, e sendo forjados a partir das experiências do que acreditamos sermos capazes. As “durezas” da vida nos acorrenta, nos autossabotamos e não exploramos verdadeiramente todo o nosso potencial.


Alguns de nós, quando entra na segunda metade vida, olha para trás se lamentando por não ter seguido uma determinada profissão, por não ter desenvolvido determinada habilidade ou por não ter corrido mais riscos na busca da realização de sonhos. Outros, muito pelo contrário, enxergam no pós-50 uma oportunidade para uma redescoberta de si mesmo.


A questão 2 está relacionada a AUTOCONHECIMENTO: o quanto você realmente se conhece e vive o seu “Verdadeiro Eu”?


Explodem perguntas como:

• Você acredita que tem talentos e habilidades adormecidas, escondidas e/ou desconhecidas?

• Acha que a descoberta de novos potenciais dentro de você poderá levá-lo para uma vida com mais propósito, realização pessoal e felicidade?

• Você gostaria de desenvolver novos hobbies ou nem pensa nisso?

• Você sente que o melhor do seu “Eu Interior” vem de coisas que você já sabe fazer muito bem ou acredita que o seu melhor aparece quando você tem que lidar com coisas novas?

• No pós-50, você gostaria de expandir a sua visão de vida agregando competências e habilidades, descobrindo aptidões e fazendo coisas novas, especialmente aquelas que nunca fez ou até tem medo?

• O desconforto do aprendizado te faz bem e te alimenta? Ou é algo indiferente?

• Você prefere fazer coisas bem-feitas em sua área de conforto ou aprecia fazer coisas “mais ou menos” em sua área de desconforto, com espírito de aprendiz?


 

QUESTÃO 3: Na sua segunda metade de vida você deseja ser uma continuação aprimorada do que você foi até agora ou deseja ampliar a sua história existencial, com novas histórias, conquistas e experiências?


Para muitas pessoas, entrar na segunda metade de vida significa reduzir a velocidade, tomar menos riscos, jogar o jogo que já sabe jogar e reduzir incertezas e inseguranças. No entanto, para outras, o pós-50 muda tudo, porque elas não precisam se provar para mais ninguém, não precisam mais se sujeitar a coisas que se submeteram durante muito tempo. Ou seja, elas são como são, aceitam isso e estão felizes assim. É uma sensação que provoca ares de liberdade, com potencial para mudanças de direção de vida, a partir de novos aprendizados, novas experiências e conquistas.


A questão 3 está relacionada a AUTODESENVOLVIMENTO: você, com mais de 50, ainda se sente um aprendiz da vida?


Perguntas paralelas à questão 3:

• Acredita que existe um jeito de viver diferente? Você quer continuar vivendo a vida que viveu até agora?

• Você tem vontade de escrever um novo capítulo no seu livro da vida ou deseja continuar no mesmo capítulo? Deseja ser uma continuação da sua história ou deseja evoluir para um novo ser humano renovado e pronto para viver novas experiências de vida?

• O seu pós-50 será uma continuação ou um novo começo?

• Deseja se transformar em um ser humano diferente do que foi até agora? Se sente capaz? Sentiria vergonha de mudar completamente perante os outros?

• No pós-50, você é um ser curioso, sedento por aprender, aberto para abraçar o mundo como era quando mais jovem? Ou o entusiasmo já passou?

• Com seus cabelos grisalhos, você se sente um aprendiz ou um sábio?

• O seu crescimento como ser humano está em fazer melhor o que já sabe fazer bem ou está em fazer coisas que desconhece ou que nunca fez?


 

Perguntas com difíceis respostas, não é mesmo?


As 3 questões fundamentais formam o tripé do que realmente faz a vida valer a pena: automotivação + autoconhecimento + autodesenvolvimento.

Se engana quem pensa que as respostas para estas perguntas têm profunda relação com questões econômicas, culturais, familiares, religiosas ou qualquer outra conexão circunstancial e externa. Todas as respostas, absolutamente todas as respostas, não são dependentes das circunstâncias, que podem exercer influência, mas não são decisivas.


As verdadeiras respostas estão dentro da gente. É a gente com a gente mesmo, o quanto nos conhecemos, como interpretamos e reagimos aos fatos da vida, o quanto nos gostamos e o que entendemos o que é viver. Desta forma, a busca não é por respostas pragmáticas ou binárias… e sim por respostas filosóficas.


Por fim, talvez as questões e reflexões acima poderiam ser resumidas em uma única e simples pergunta: Ao passar dos 50 anos, você quer olhar para frente ou para trás?


Trilhas dos Saltos no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros em Goiás

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